Entre as coisas que dá e não dá para dizer
Parece que não é possível vencer
Ser você mesmo é errado, sem regras é julgado
Representado ou marginalizado é jogado de lado
Por ser tudo, por não ser nada
Por descobrir que não precisa se conformar
Que apesar de tudo sua estrada não era errada
Por seguir sem a necessidade de se afirmar
Mesmo assim o julgamento segue sua vida
Mesmo assim cutucam a ferida
Que nunca tiveram e por isso disseram
Ser dor menor
Category: Poema
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Toda ação é um não
Olá de novo escuridão
Me acompanhando nessa noite insone
Onde a esperança some
E o quarto vazio está cheio
Com o eterno pesadelo
Que a muito me acompanha
Que traz aos dias drama
Me levando pela mão
Não me deixando no chão
Mais uma noite, escuridão
Mergulho pra dentro
Nado no tormento
Enquanto entendo
Como cheguei aqui
O que me foi entregue
O que me fez leve
O que ainda não consegui
Consigo me reerguer,
Mas como viver
Se insistem em te passar rasteiras?
Me perco nas besteiras
Que conversam durante o dia
Pedidos da rotina
Que não servem a nada
Uma urgência vaga
Uma tempestade no copo d’água
Me encontro novamente em silêncio
Na quietude do momento
Ouvindo a canção de lamento
Ritmada pelo meu coração
Interpretada pela voz da escuridão -
A subida na árvore, o caminhar da vida
Pode ser custoso, mas é estranho
O conhecimento ser algo negativo
Talvez isso aconteça por ser gatilho
Entender como foi construídoMe desdobro e de mim mesmo cobro
Aquilo que nem poderia saber
Tento ceder e entrar em contato com o outro
Quando o momento seria de me conhecer
Até porque não há tanto no que iria fazerCriamos nossas armadilhas, pois sonhamos
Os sonhos que queríamos ser
E todos esses desencontros somamos
Sem ao menos tentar entender
Para depois perguntar por que desmoronamos -
Nunca disse ser o que me chama
Nunca disse ser o que entende
Sempre segui minha chama
Sempre fui algo que se sente
Seguindo aquilo que meu peito clama
Nunca pensando em ser conveniente
Não venha me chamar de conivente
Para me arrastar para a lama
Já que meu jeito não compreendeQuebro padrões porque não fui feito para eles
Não escuto sermões porque não confio naqueles
Que dizem possuir verdades que não questionaram
Que vivem por valores que nunca sonharam
E nunca se viram atravessar meses
Sem entender aquilo que procuravam -
Nada de novo no mundo, apenas repaginado
Tantos lados e mesmo assim o meu parece errado
Nada em nada se inscreve e mesmo assim é cancelado
Se valoriza o encontro mesmo que só o desencontro seja encontradoNão vacilo, mas me sinto culpado
Tento entender a lógica mesmo incompreendido
Falam de me liberar no mundo que tem me prendido
Pegando a liberação só mudando a maneira que sou oprimido
Para lugar nenhum eu sou movido e acabo deprimido
As aparências me dão como agressor mesmo agredido
Me julgam como vencedor sem saber o quanto tenho perdido
Então procuro no céu o reflexo de um comprimido
Para tirar de mim a dor que nunca imaginei ter sentido
Tentando entender porque ao levantar sou rendido
Por quem nunca conseguiu me enxergar mesmo me puxando
Por quem me disse amar mesmo machucando
Pelo que tentou me definir quando não encaixava
Quando me chamou de tudo e desse tudo era nada -
Não sei aonde estou,
Mas não me sinto perdido
Não sei exatamente aonde vou
Só me parece certo o caminho
As vezes me desanimo,
Mas me enriquece o que restouQuando sinto falta do que deixei
É porque eu não lembrei
Que me falta o que idealizei
Não aquilo que foi realmente
Logo me sinto descontente
Por motivos vazios -
Deixa eu deixar
De gastar
Toda essa energia
Ver no dia
Algo que possa sonharRemedia a sina
Tão convencida
Que adia
O que ardia
Quando faz sangrarEm rios de solidão
Vejo o coração
A se embriagar
Tal condição
Sem intenção
Que nós insiste em afogar -
Nada brilhava
A chama se apaga
Insistia em ficar só
Em um estranho nó
Contrariando o que dói
Nesse dia se fez herói
O telefone tocou
E o que falou
Espantou algoz
Fazendo veloz
Mesmo parado
Com perigo acabado
Sem entender
O que acontecia
Sem prever
Que viria
Iluminar mais que sóis -
Agridoce se faz presente no engasgar
Me entender e não me enganar
Os olhos passam a ver o que já sentia
Não é noite porque tem sombra
Nem porque tem luz é dia
O sentimento do novo me assombraMe reconheço no irreconhecível
Me pinto nos tons do indefinível
Das sensações resultado incrível,
Porém neste sentimento misto
Me vejo um tanto perdidoPesadelo se confunde com sonho
Alívio se vê como desespero
E então me perco em devaneio
Me encontrar almejo, mas no que vejo
Temo o outro encontrar, o medo
Que desse outro tenho em segredo
Me sentindo enfim liberto,
Sabendo que sempre devo ficar esperto -
Me procuro e as vezes me acho
Sempre no escuro, sempre não me encaixo
As linhas tortas da vida são as ruas não planejadas
Cada esquina prenuncia a virada,
Então descobrimos sem querer que o avesso
É só mais um apelido para o mesmo
Renascendo o desejo de que tudo deve mudar
Renascendo a urgência do presente passar