Pílulas de conhecimento são placebos.
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Olhos no caos razão procuram
Viajam como naus, mas não curam
A imprevisibilidade da vida
A existência de tudo que do eixo te tira
Os sentimentos nunca recuam
Como uma vanguarda suicida se curvam
A mais uma experiência não vivida
Como a química elas mudam,
Mas nunca indicam a saída -
O mais importante não foi o que disse
Foi o que deixou de dizer
Me fez dizer te querer
Mesmo nós dias que o coração insiste
Mesmo quando a lógica não existe
Não consigo me perder e ter
Aquele calor que por mais triste
Não me faz falta -
Eu amaldiçoo todas as borboletas
Que bateram asas até esse momento
Como o rolar de roletas
Sem o devido consentimento
Constantemente me falta esperança
Que teria ao arrancar suas asas
Assolado pela lembrança
De algo que eu nunca soube
Procuro em lugares as causas
Pergunto, mas ninguém me ouve
Como se o descaso fosse mais um acaso
E resolver isso a ninguém coube -
As águas escorrem
Passa a hora
Eu sou a pessoa
Que nunca vai ter de volta
O solido se quebra
Em revoltas lascas percorrem
Tudo que assola
A ferida exposta
Que denota
Que nunca vai me ter de volta -
Se teu olhar cruzar com meu
Me diz sem palavras qualquer sonho teu
E depois conversamos o que cada um leu
O que por subentendido se perdeu
Alinhando o dito com não dito
Realçando tudo que viveu
Sem palavras nesse labirinto -
Se pudesse escolher como te ver desvia
Perto de você só procuro a saída
Queria apenas esquecer todaviaTodavia tenho que conviver, pois sentia
Que fazia sentido colocar perto
A floresta que na verdade era desertoDe certo estou desperto
Do que virá nada espero
Só sei que não quero por perto -
Tenho medo daquilo que minha cabeça ainda não ousou imaginar
Inquietos, incorretos, turbulentos meus pensamentos como mar
Náufragos são a regra, loucura é sonhar em se salvar
Tudo é pesado e o que respira te tira o arSó repito um verso e nada peço
Nos olhos não há brilho só reflexo
De todo esforço que não meço,
Mas sei o tamanho por quanto fico perplexo -
Medo da dor
Me faz aonde for
Um compulsivo sofredor
Por sentir o ardor
Daquilo que talvez não aconteça
Impede que eu esqueça
Aquilo que nem vivi
Mas apenas vi
Em minhas ideias impulsivas
Que por esse sentir são corrompidasPoderei eu não ligar
Quando na dor não pensar
Me colocarei no lugar
Em que estou?
Viverei finalmente o que vivo?
Ou serei quem encontrou
Mais um viver nocivo? -
A ausência de evidências
É um peso maior
Do que a ciência
Do que forLogo as tendências
Nada dizem, mas dor
Logo a inocência
Não vão suporPor que nos enganar
Se já foi bom sonhar
E hoje é um pesoComo o voltar do mar
Não há mais como estar
Ou ser o mesmo